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Copa do Mundo de 1934

Campeão: Itália (1º título)

A Copa do Mundo de 1934, realizada na Itália, marcou a segunda edição do torneio e foi a primeira em que os times tiveram que passar por uma fase de qualificação para garantir sua vaga. Esse Mundial entrou para a história não só pelo futebol apresentado, mas também por sua forte ligação com o regime fascista de Benito Mussolini, que enxergava o evento como uma oportunidade de promover sua ideologia e fortalecer a imagem do país no cenário global.

Escolha da Itália como Sede

O regime fascista de Benito Mussolini desempenhou um papel crucial na escolha da Itália como sede. Mussolini via no esporte uma ferramenta poderosa de propaganda para promover o regime fascista e fortalecer o nacionalismo italiano. Ele enxergava a Copa do Mundo como uma oportunidade de projetar uma imagem de progresso e modernidade do país, além de usar o evento como forma de elevar o prestígio internacional da Itália.

Na época, a Itália já possuía uma rede razoavelmente desenvolvida de estádios e infraestrutura que poderiam acomodar um evento de grande porte. Além disso, a federação italiana de futebol (FIGC) estava bem organizada e alinhada ao governo, o que garantiu uma boa coordenação para a preparação do torneio. A proposta italiana também foi bem vista por sua localização geográfica. Sendo um país europeu centralizado, a Itália oferecia fácil acesso para a maioria das seleções participantes, especialmente as europeias, que constituíam a maior parte das equipes.

A Suécia, por sua vez, apresentou uma candidatura considerada forte e tecnicamente adequada. Contudo, o poderio político e a oferta italiana acabaram pesando mais na decisão final. A FIFA optou pela Itália em uma reunião realizada em outubro de 1932, consolidando a escolha do país para sediar o torneio. A Suécia eventualmente retirou sua candidatura, aceitando a decisão.

Distribuição de Vagas e Participantes

Das 16 vagas disponíveis para a fase final do torneio, a FIFA designou uma distribuição que contemplava, em sua maioria, países europeus:

  • Europa: 12 vagas
  • América do Sul: 2 vagas
  • América do Norte, Central e Caribe: 1 vaga
  • África e Oriente Médio: 1 vaga

32 seleções se inscreveram para as eliminatórias. A novidade foi que a seleção anfitriã (Itália) e o campeão da edição anterior (Uruguai) não tinham entrada automática garantida, como seria costume em edições posteriores. O Uruguai, como já mencionado, optou por não participar como forma de protesto pela falta de seleções europeias na Copa de 1930.

Países Participantes

A Copa do Mundo de 1934 contou com 16 seleções participantes, sendo 12 da Europa, 2 da América do Sul, 1 da América do Norte e 1 da África. Entre as seleções europeias, destacaram-se Itália, Alemanha, Áustria, Bélgica, Checoslováquia, Espanha, França, Hungria, Países Baixos, Romênia, Suécia e Suíça, que dominaram a competição em número. Da América do Sul, Brasil e Argentina garantiram suas vagas, mas com equipes enfraquecidas. Representando a América do Norte, os Estados Unidos participaram após vencerem o México nas eliminatórias. O Egito completou o quadro de seleções, sendo a primeira equipe africana a disputar uma Copa do Mundo.

Ao contrário da edição anterior, em 1930, que contou com apenas 13 equipes, a Copa de 1934 teve uma fase de qualificação que envolveu 32 seleções, sendo que 16 se classificaram para o torneio principal. Pela primeira vez, os atuais campeões, no caso o Uruguai, tiveram que passar por eliminatórias para garantir sua vaga.

O Formato do Torneio

O formato do torneio de 1934 foi diferente do torneio de 1934 e também dos padrões atuais. As equipes foram divididas em confrontos diretos desde a primeira fase, ou seja, o torneio teve quatro fases, Oitavas de final, quartas de final, semifinal e final, e ainda contou com disputa de terceiro lugar. A princípio todos os jogos seriam em disputas em partidas únicas, no entanto como o jogo das quartas de final entre Itália e Espanha ficou empatada em 1×1, foi marcado uma partida extra no dia seguinte.

O Estádio Nacional de Roma

O Estádio Nacional de Roma, oficialmente conhecido como Estádio Olímpico, foi inaugurado em 1932 e se tornou um dos principais locais para o Copa do Mundo FIFA de 1934. Situado na capital italiana, este estádio não apenas possui uma importância histórica significativa, mas também é um ícone da arquitetura esportiva do século XX. Uma das características marcantes do Estádio Nacional de Roma é sua capacidade impressionante, que já acolheu mais de 70 mil espectadores em ocasiões especiais. Durante a Copa do Mundo de 1934, a atmosfera no estádio era eletrizante, com torcedores ansiosos para ver as seleções competindo em busca do título. Essa euforia foi essencial para criar um ambiente único, onde as emoções do futebol se misturavam ao fervor nacionalista da Itália.

A Grande Final

A final foi realizada em 10 de junho de 1934, no Estádio Nazionale del Partito Nazionale Fascista, em Roma. A Itália venceu a Tchecoslováquia por 2 a 1, garantindo seu primeiro título mundial. Os gols italianos foram marcados por Raimundo Orsi e Angelo Schiavio, enquanto Antonín Puč fez o gol da Tchecoslováquia. Essa vitória foi celebrada como um triunfo do regime fascista e consolidou a importância do futebol na cultura italiana.

Legado

A Copa do Mundo de 1934 estabeleceu precedentes que moldaram as futuras edições do torneio. A FIFA adotou um formato de competição que se tornaria padrão, e a ideia de um torneio internacional de seleções ganhou força. Além disso, a competição ajudou a solidificar o futebol como um dos esportes mais populares do mundo.

Embora tenha sido um evento repleto de conotações políticas, a Copa do Mundo de 1934 é lembrada principalmente por sua contribuição ao desenvolvimento do futebol mundial. O torneio não apenas trouxe à tona o talento de jogadores como Giuseppe Meazza e Antonín Puč, mas também uniu nações através do amor pelo esporte.

Jogos e Classificação

Classificação Final

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